Opinião

A democracia em primeiro lugar

Na coluna [magis]+ o jornalista Pablo Rodrigues analisa a reta final das eleições municipais e fala sobre o debate que o Diário Popular promove nesta terça

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As eleições municipais se aproximam. Com elas, aproxima-se a chance de o eleitor demonstrar o que, de fato, quer. Se a insatisfação com as chamadas “viejas formas” de fazer política - como o demonstraram os protestos de junho de 2013 no país - ainda permanece, poucas opções restarão a quem vota. Ao se levar em consideração a possibilidade de construir políticas públicas a partir de um modo mais participativo (e este termo não é propriedade de apenas um partido, mesmo que tenha sido mais usado por um ao longo das últimas décadas), em Pelotas talvez restem, das oito candidaturas à prefeitura, apenas três.

E nenhuma delas é nova. Algumas são menos velhas do que as outras. Algumas buscam, mais do que as outras, livrar-se de heranças indesejáveis. Mas nova, nova mesmo, não há nenhuma. Todas representam algo de passado. Das oito, nem todas, porém, estão grávidas de futuro, se assim se pode definir. Há candidaturas de ventre oco, infértil: egoístas e contentes com o empanturrar-se ao longo dos dias. E aqui me parece estar a grande diferença entre os que correm para vencer as eleições municipais: a maioria corre por alguém, por uma proposta personalista que tem início e fim no candidato, naquele, quase-iluminado, nunca em outro; a minoria corre impulsionada por um projeto claro de política e de governo. Fujamos dos primeiros. Urgentemente, fujamos.

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Por quê? Porque uma cidade é muito mais do que alguém. Uma cidade é palco de muitas vozes. Moderar as que mais gritam e fazer ouvir as que tradicionalmente são mais abafadas é papel de quem governa. Se o governante, ou candidato a governante, coloca-se no centro de todas as coisas, como se tivesse todas as respostas, como se fosse a medida exata de tudo quanto se move sobre a terra, se um tal candidato fosse possível, viável, certamente decidiria muito. Talvez até fizesse muito. Mas ouviria pouco. E faria mais mal do que bem. Infelizmente.

Está longe de ser fácil a vida do eleitor. Neste momento, contudo, de proximidade das eleições, há uma espécie de prazer íntimo para quem vota: o de ser bem tratado por todos, absolutamente todos, os políticos. Do mais experiente ao mais jovem na disputa, todos estarão domingo, dia da votação, como sempre deveriam estar: de olhos atentos ao que pensa e a como se movimenta o eleitor. Quem dera fosse sempre assim. Quem dera o próximo domingo se prolongasse pelos próximos quatro anos.

Consciente da responsabilidade de ajudar o eleitor a melhor decidir, nesta terça-feira o Diário Popular promove debate entre os oito candidatos à prefeitura. Mil senhas já foram distribuídas entre partidos (240), assinantes e público em geral (760). Mais 200 estarão à disposição dos eleitores nesta segunda-feira na sede do Jornal: rua 15 de Novembro, 718. Diante de mais de mil pessoas, os oito postulantes terão a oportunidade de debater as propostas que oferecem para a cidade. Terão a oportunidade de se mostrar como são - em carne, osso e temperamento - sem a mediação e a enorme restrição de horário da propaganda eleitoral na TV. O debate começa, nesta terça-feira, às 14h30min. As portas do Theatro Guarany já estarão abertas desde as 13h30min (veja mais detalhes na página 9 desta edição).

Espera-se que no debate do Diário Popular propostas sejam firmemente discutidas. Ataques pessoais, porém, são dispensáveis. O público, cada vez mais bem informado, saberá distinguir os franco-atiradores dos verdadeiramente preparados para e preocupados em governar Pelotas. Que ao final, como ocorreu no recente debate da TV Câmara, haja apenas uma vencedora: a democracia.

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